HISTÓRIA

  • Território habitado já na Pré-História como atestam vestígios encontrados nas regiões da Lunda, Congo e deserto do Namibe , só milhares de anos mais tarde, em plena proto-história, receberia povos mais organizados. Os primeiros a instalarem-se foram os Bochimanes - grandes caçadores, de estatura pigmóide e claros de cor acastanhada.

  • No início do século IV n.e., povos mais evoluídos, de cor negra, inseridos tecnologicamente na idade dos Metais, empreenderam uma das maiores migrações da historia .

  • Eram os Bantu e vieram do norte, provavelmente da região da actual República dos Camarões. Esses povos, ao chegarem a Angola, encontraram os Bochimanes e outros grupos bem mais primitivos, impondo-lhes facilmente a sua tecnologia nos domínios da metalurgia, cerâmica e agricultura. A instalação dos Bantu decorreu ao longo de muitos séculos, gerando diversos grupos que viriam a estabilizar-se em ETNIAS que perduram até aos dias de hoje.

  • A primeira grande unidade política no território, passaria à história como o Reino do Congo. Surgiu no século XIII, estendendo-se até ao Gabão a norte, ao rio Kwanza a sul, ao oceâno Atlântico a oeste e a leste ao rio Kuango.

  • A agricultura era a sua grande riqueza; o Poder estava nas mãos dos Mani - aristocratas que ocupavam os lugares chave do reino, subordinados unicamente ao todo poderoso Rei do Congo. Mbanza era uma unidade territorial organizada e governada por um Mani; Mbanza Congo era a capital e contava com mais de 50.000 habitantes, no século XVI. O Reino do Congo dividia-se em seis províncias e contava ainda com alguns reinos tributários, como o Ndongo, a sul. O comércio era a sua principal actividade, baseada numa fortíssima produção agrícola e numa crescente exploração mineira. Em 1482, as caravelas portuguesas, comandadas por Diogo Cão, chegaram ao Congo

  • Outras viagens se seguiram e depressa foram estabelecidas relações fortes entre ambos os estados. Os portugueses tinham armas de fogo e uma religião interessante ; em contrapartida, o reino do Congo podia oferecer a Portugal, escravos, marfins e recursos minerais. O Rei do Congo logo se converteria a Fé Cristãe adoptaria uma estrutura política a semelhança da européias; ele viria a ser uma figura muito conhecida na Europa, ao ponto do próprio Pontíficie lhe endereçar messivas.


  • A sul do Reino do Congo, na região do rio Kwanza, haviam vários estados importantes. O Reino do Ndongo, governado pela Ngola(Rei) era o mais importante. Ngola Kiluange reinava a quando da chegada dos portugueses e com uma política de coligação com estados vizinhos, viria a a resistir aos estrangeiros durante várias décadas. Acabaria por morrer decapitado, em Luanda. Anos mais tarde, o Ndongo ressurgiria com a tomada do Poder por Jinga Mbadi, imortalizada como Rainha Ginga.

  • Política ardilosa, soube conter os portuguese com acordos bem preparados. Empreendeu várias viagens e, finalmente em 1635, conseguiu formar uma grande coligação com estados de Matamba e Ndongo, Congo, Kassange, Dembos e Kissama. À frente da poderosa coligação, Ginga rechassou os portugueses para posições mais recuadas. Entretanto, Portugal fora ocupada pela Espanha, ficando com as terras de além-mar votadas ao plano secundário. Os holandeses, aproveitar-se-iam dessa situação e tomariam Luanda em 1641. Ginga fez dos Holandeses seus aliados, aumentando a força da coligação e reduzindo os Portugueses a Massangano, praça que estes ocupavam fortemente e de onde partiam esporadicamente para as guerras de Kuata Kuata!(captura de escravos). Os escravos de Angola eram fundamentais para o desenvolvimento da colónia do Brasil e o seu tráfico encontrava-se parado.

  • Em 1648,chegaria do Brasil, uma grande esquadra comandada por Salvador Correia de Sá que retomou Luanda, provocando a volta maciça dos portugueses. Começa então o declínio da Coligação; a falta do aliado Holandês e das suas armas de fogo e a oposição de força de Correia de Sá vibraram um duro golpe na moral das forças autóctones. Ginga morreu em 1663. Dois anos mais tarde, o Rei do Congo, empenharia todas as suas forças para retomar a ilha de Luanda, ocupada por Correia de Sá, saindo derrotado e perdendo a independência. O Reino do Ndongo seria igualmente submetido à corroa Portuguesa em 1771.

  • A Colónia portuguesa de Angola formou-se em 1575 com a chegada de Paulo Dias de Novais com 100 famílias de colonos e 400 soldados. Luanda seria cidade apartir de 1605. O Comércio, era na maior parte, feito com o Brasil, contraditoriamente, outra colónia portuguesa. Forte influência portuguesa era também excercida pelos jesuítas nos domínios da religião e da educação.

  • A filosofia de guerra, passou gradualmente a ser subistituída pela filosofia do comércio. Eram as grandes rotas comerciais e os acordos que as tornavam possíveis que moviam acções na partes. De estados guerreiros, formam-se estados vocacionados para a produção e consequente comércio.

  • No Planalto, destacam-se os estdos do Bíe e do Bailundo. Este último viria a notabilizar-se pela produção de bens alimentares e da boracha. No entanto, o Poder Colonial, cada vez mais forte e mais rico, não toleraria o desenvolvimento destes estados e submetê-los-ia um a um, atingindo o controle total do território no início do século XX.

  • A partir de 1764, de uma sociedade esclavagista, passou-se gradualmente a uma sociedade preocupada em produzir o que consumia. Em 1850, Luanda já era uma grande cidade, replecta de firmas comerciais e que exportava conjuntamente com Benguela, óleos de palma e amendoim,marfim, algodão, cera, goma copal,madeiras café,cacau e dentre outros produtos. Milho ,tabaco, carne seca e farinha de mandioca começariam igualmente a ser produzidos localmente.

  • Estava a nascer a burguesia angolana entretanto, em 1836, o tráfico de escravos era abolido e em 1844, os portos de Angola seriam abertos aos estrangeiros. Com a confêrecia de Berlin, Portugal viu-se na obrigação de efectivar de imediato a ocupação territorial das sua Colónias. O território de Cabinda, a norte do rio Zaire, seria também conferido a Portugal, graças à legitimidade do Tratado de Protectorato Simulambuko, assinado entre os Reis de Portugal e os prícipes de Cabinda, em 1885. Depois de uma implantação morosa e complicada , o final do século XIX marcaria a organização de uma administração colonial directamente relacionada com o território e os povos a governar. Na economia, a estratégia colonial assentava na agricultura e na exportação de matérias primas.

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